Entenda como investir em Private Equity e Venture Capital via crowdfunding ou fundos restritos: lucros, riscos, tributos e regulação no Brasil e no mundo.
O que é Private Equity e Venture Capital via crowdfunding ou fundos restritos?
Private Equity (PE) e Venture Capital (VC) envolvem investimentos em empresas privadas — em estágios maduros ou startups — com grande potencial de valorização. Esses investimentos geralmente ocorrem por meio de plataformas de crowdfunding ou fundos com acesso restrito a investidores habilitados. No Brasil, essas operações são possíveis via equity crowdfunding regulado pela CVM (Resolução CVM nº 88/22) Economia PR.
Como funciona:
- Crowdfunding de equity: investidores individuais aplicam recursos online em startups ou PMEs e recebem participação societária proporcional SebraeInvestPlus.
- Fundos restritos (fundos fechados): plataformas como Moonfare permitem que investidores com maior capital acessemportfólios profissionais de PE ou VC, mesmo sem ser instituições Wikipedia.
Ganhos potenciais e riscos envolvidos
Potencial de lucro:
- Investimentos em empresas de rápido crescimento (startups) ou empresas para reestruturar/reportar lucros (PE) podem render retornos elevados, especialmente em IPOs ou aquisições bem-sucedidas.
- Exemplo: IPO da Figma e Scale AI geraram rupturas bilionárias nos ganhos dos investidores Financial TimesAxios.
Riscos:
- Baixa liquidez: difícil liquidar participação antes de um evento de liquidez (IPO, venda).
- Altíssima volatilidade e possibilidade de perda total — especialmente em startups.
- Superior exigência de análise (business plan, mercado, equipe).
- Barreiras financeiras ou regulatórias para investidores de menor patrimônio.
Existe em outros países? Como funciona?
Sim. Nos EUA, Europa e Ásia existem plataformas similares, como OurCrowd, Moonfare, Invesdor e Eureeca, com destaque em mercados regulados (FCA no Reino Unido, SEC nos EUA, etc.). Nos EUA, o mercado de VC é robusto (70% dos investimentos globais em VC), em especial em AI e defense tech KPMG.
Vantagens e desvantagens
Vantagens | Desvantagens |
---|---|
Acesso a retornos superiores do vinho da inovação | Alta volatilidade e risco de perda total |
Democratização de acesso a PE/VC | Liquidez quase inexistente até exit (IPO ou venda) |
Legalmente regulamentado no Brasil via CVM | Exige perfil qualificado (renda, experiência, network) |
Diversificação de portfólio com ativos não correntes | Tributação e estrutura financeira complexas |
Tributação aplicada
- Ganhos de capital: tributados à 15% (operações de longo prazo) via DARF.
- Dividendos e lucros distribuídos: tributação varia conforme estrutura do fundo.
- Isenção de IR para pessoas físicas em alguns casos, dependendo da natureza da operação ou estrutura fund of funds (consultoria contábil necessária).
Plataformas de Equity Crowdfunding no Brasil
1. EqSeed
- Como funciona: conecta investidores a startups em expansão via equity crowdfunding 100 % online, baseado na regulamentação CVM (Instrução CVM 588 → Resolução CVM 88) WikipédiaInovação Sebrae Minas.
- Investimento mínimo: geralmente a partir de R$ 5.000 eqseed.com.
- Custos/taxas:
- Investidor: não paga taxa na entrada; paga uma taxa de performance (~10 %) sobre o lucro futuro Grupo StudioInfoMoney.
- Empreendedor (startup): paga uma taxa de sucesso de aproximadamente 10 % ou conforme a rodada Grupo StudioInovação Sebrae Minas.
2. CapTable
- Como funciona: plataforma para investir em startups via investimento participativo, com recursos como fóruns e grupos em Telegram/WhatsApp para comunicação entre investidores e empreendedores InfoMoney.
- Investimento mínimo: entre R$ 1.000 e R$ 3.000, com tíquete médio aproximado de R$ 2.500–3.000 InfoMoney.
- Custos/taxas:
- Empreendedor: paga taxa de sucesso entre 7 % a 12 % sobre o valor captado Grupo StudioInovação Sebrae Minas.
- Investidor: não há taxa inicial, mas pode haver custos administrativos de transferência ExameInfoMoney.
3. Start Me Up
- Como funciona: funciona de forma semelhante à EqSeed, focada em negócios inovadores.
- Custos/taxas:
- Empreendedor: taxa de 5 % a 10 % sobre o valor captado Inovação Sebrae Minas.
- Investidor: geralmente arca apenas com taxa de transferência financeira; sem taxa de performance mencionada.
4. Kria (antiga Broota)
- Como funciona: especializa-se em projetos inovadores com foco financeiro, social e ambiental; atua sob regulamentação da CVM (crowdfunding equity) Inovação Sebrae Minas.
- Custos/taxas:
- Empreendedor: paga uma taxa fixada (em Broota era 1 % ao ano sobre captação; Broota cobria R$ 2.500 fixo mais porcentagem de sucesso — informações válidas para Kria também) DinheiramaInovação Sebrae Minas.
- Investidor: praticamente sem taxa de entrada; a estrutura pode incluir taxa de performance descontada do rendimento.
5. Angels Wallet (Ventiur)
- Como funciona: plataforma nova da Ventiur para equity crowdfunding com curadoria para startups selecionadas ventiur.net.
- Custos/taxas: não detalhado publicamente; plataformas semelhantes cobram taxa de captação e de performance.
Comparativo resumido das plataformas
Plataforma | Investimento Mínimo | Taxa do Empreendedor | Taxa do Investidor |
---|---|---|---|
EqSeed | R$ 5.000 | ~10 % sobre captação | ~10 % sobre lucros futuros |
CapTable | R$ 1.000–3.000 | 7–12 % sobre captação | Taxa de transferência (se houver) |
Start Me Up | Não informado | 5–10 % sobre captação | Transferência financeira |
Kria | Não informado | ~1 % Ao ano ou taxa sucesso | Sem taxa de entrada |
Angels Wallet | Não informado | Não divulgado | Não divulgado |
Considerações importantes
- Todas as plataformas operam sob regulamentação da CVM e exigem que investidores sejam qualificados.
- Escolher plataforma deve levar em conta forma de relacionamento, transparência e fluxo de informações da startup.
- As taxas influenciam retorno líquido; plataformas com taxa de performance só cobram após lucro, o que pode ser uma vantagem para investidores.
📌Um investidor qualificado é uma pessoa física ou jurídica que possui maior conhecimento e experiência no mercado financeiro, e por isso pode acessar investimentos mais sofisticados e arriscados, como private equity, venture capital, fundos restritos e ofertas privadas.
Segundo a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), são considerados investidores qualificados:
- Pessoas físicas ou jurídicas com investimentos financeiros acima de R$ 1 milhão, e que assinem uma declaração reconhecendo essa condição;
- Profissionais do mercado financeiro, como administradores de carteiras, analistas, consultores e gestores autorizados pela CVM;
- Investidores certificados por entidades reconhecidas, como CFP®, CGA ou CEA;
- Fundos de investimento, clubes de investimento e entidades de previdência complementar.
Essa classificação permite que esses investidores acessem oportunidades com menos restrições, mas também com maior risco e complexidade.
Conclusão
Investir em Private Equity ou Venture Capital via crowdfunding ou fundos restritos oferece acesso ao crescimento exponencial de empresas emergentes ou consolidadas, e se aplica globalmente em países desenvolvidos e emergentes. No Brasil, está crescendo com regulamentação da CVM, mas exige preparação, paciência e análise criteriosa.
Para aprofundar:
- Guia de Due Diligence ESG
- Investimento em precatórios: como funciona e riscos
- Forbes sobre Private Equity vs Venture Capital Forbes Brasil
- GECA sobre tendências globais de equity crowdfunding The Geca
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